Os hábitos são um fenómeno estranho. Apesar de também os ter, claro! Não gosto muito deles porque nos fazem perder a noção do prazer que podiamos ter se executássemos algumas tarefas com mais criatividade e prazer.
No entanto:
1) Dão muito jeito e têm vantagens.
Levam-nos a gestos absolutamente maquinais. Por exemplo vejam-se todos os dias de manhã quando se levantam ter de pensar se tomam ou não banho? Hummm!
É claro que os hábitos têm vantagens, porque se não o tivessem provado ao longo dos séculos que assim era, já nos tinhamos desfeito deles. Poupam os nossos neurónios a repetir todos os dias o mesmo execício mental e ajudam-nos a não perder inultilmente tempo.
2) Levam-nos a errar repetidamente.
Os hábitos levam-nos, além do mais, a fazer exactamente os mesmos erros, pela simples razão que não paramos para pensar ou fazer perguntas. Fazemos sempre da mesma maneira sem sequer nos questionarmo-nos, mesmo que erradamente!
3) Os hábitos dos outros irritam-nos.
Existem muitos hábitos que nos irritam, a diferenças de algum dos hábitos dos outros em relação aos nossos são tão grandes que nos chegam a pôr os cabelos bem arrepiados. Chegamo-nos a irritar mais com alguns desses hábitos do que com o chefe tirano que temos no trabalho.
4) Tornam-nos intolerantes.
Os hábitos, os nossos, bem entendido, não se discutem, pela simples razão de que são tomados como verdade absoluta. Para alguns de nós constituem a única forma inteligente de realizar determinada função.
5) A sociedade em geral gosta deles.
Os hábitos ajudam a manter a ordem, a tornar tudo mais previsível.
Não ter hábitos ou pôr os hábitos em causa é subversivo, incomoda e perturba. Por isso é que os casamentos e os negócios se querem entre gente de hábitos iguais. Para que os respectivos sócios, pais, noivos e netos não andem sempre ás avessas.
Uns a gostar de comer com as mãos e outros com talheres! Uns a gostarem de brindar com vinho e outros com sake!!!
Mas, a discordia chega pelos pequenos hábitos (sorver a sopa, por exemplo!). E é claro, que é ingénuo acreditarem que podem mudar os hábitos dos outros, convertê-los aos vossos.
Existem por exemplo mulheres inocentes, que crêem no facto, que o marido algum dia vai começar a passar a roupa a ferro, quando deixa á mais de 10 anos a roupa invariálvelmente espalhada pelo chão do quarto. (só elas mesmo!)
O melhor que se pode fazer é criar uma certa imunidade aos hábitos dos outros, partindo do princípio que eles não invadem a nossa privacidade.
No entanto acho que:
Quem não passa de um somatório de hábitos, quem faz tudo da mesma maneira, pensa tudo do mesmo ponto de vista, 24h por dia, 365 dias por ano, quem deixa que o hábito faça o monge em lugar de inventar constantemente coisas novas não é uma pessoa, é um chato do caraças.